Em entrevista à Rádio Jornal, o atual ministro da Educação, o pernambucano Mendonça Filho (DEM), defendeu uma das polêmicas sobre o pacote econômico do presidente interino Michel Temer (PMDB): a estabelecer um teto para despesas públicas, que, se a medida for aprovada, só poderão crescer com base na inflação. "Movimentos sociais vinculados ao PT, as viúvas do PT, ficam propagando notícias inverídicas com relação a esse assunto. O teto é geral e pode, dentro do teto geral, crescer a educação", explicou o ministro.
Mendonça Filho avaliou que o momento de recessão é prejudicial aos investimentos na área. "O pior dos cenários para educação e para a saúde é a situação atual", atacou. O pernambucano defendeu que é necessário reequilibrar o orçamento e retomar o investimento a partir do crescimento econômico do País. "Se o Brasil não voltar a crescer, não adianta."
O ministro afirmou que a sua gestão terá como base a racionalização dos recursos. Citando o custo do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para o pagamento de taxas bancárias, de R$ 1,3 bilhão, segundo ele, criticou o modelo de gestão do governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), que tinha o também petista Aloizio Mercadante na pasta. "O custo para banco é absurso. Vou converter isso em mais bolsa para os alunos", prometeu.
Mendonça Filho justificou também que desfez o contrato com a Cebraspe, que prestava serviços na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por causa dos custos. De acordo com Mendonça Filho, era de R$ 8 milhões apenas por alguns serviços realizados em parceria com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e passou para R$ 2,9 bilhões para terceirar quase todo o serviço. "Mandei suspender. Não assino e não assinarei porque acho um absurdo. Fosse eu é porque estaria privatizando o Inep, mas como era o PT."
Mendonça Filho defendeu o foco do ministério em ações para a primeira infância, através de estímulos para os municípios investirem em creches e na pré-escola. Uma bandeira do ministro é a alfabetização das crianças aos 6 anos de idade. "Educação infantil é fundamental", afirmou.
Questionado sobre o investimento para as universidades públicas, afirmou que elas o prestígio necessário "dentro das limitações orçamentárias". Além disso, voltou a apontar que, através do Fies, houve um grande crescimento de instituições privadas no governo Dilma. "A maior explosão foi em 2014 coincidentemente, entre aspas, porque foi o ano da eleição", disparou. "As unidades privadas terão uma regulação séria, transparente", prometeu ainda.
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