A água do São Francisco poderá demorar cerca de seis meses para chegar às torneiras dos paraibanos depois que as obras físicas da transposição estiverem concluídas. Com a construção prevista pelo governo federal para terminar em dezembro deste ano, a água poderá estar disponível para consumo apenas por volta de junho de 2017. O interior da Paraíba enfrenta a maior crise hídrica de toda a história. Veja vídeo abaixo.
A análise é do doutor em Recursos Hídricos da Universidade Federal da Paraíba Francisco Sarmento, em entrevista ao Correio Debate da Rede Correio Sat dessa quarta-feira (13). Ele disse que são necessárias outras obras e implementações tecnológicas para que a água do rio alcance as barragens e só então chegue aos sistemas de abastecimento de várias cidades, como Campina Grande, Sousa e Cajazeiras.
Sarmento pontuou ainda que, por conta da forte baixa nos açudes da Paraíba, a água em má qualidade poderá provocar problemas de saúde que só serão percebidos no futuro. Ele acrescentou que se não houver chuva até que a água do São Francisco chegue, há o risco de cidades como Campina Grande, por exemplo, entrarem em colapso.
Assista às explicações do doutor Francisco Sarmento:
Estado cita período menor e faz reuniões
O secretário de Estado de Infraestrutura, Recursos Hídricos, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia João Azevedo disse nessa quarta-feira (13), também ao Correio Debate, que após a conclusão da obra em dezembro, a água do São Francisco deverá chegar aos paraibanos para consumo em março de 2017.
Azevedo presidiu uma reunião sobre a gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), no Palácio da Redenção, em João Pessoa, nessa quarta (13). A reunião ocorreu com a presença de representantes executivos, institucionais e jurídicos dos estados de Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte e teve como objetivo discutir um modelo padrão concernente à gestão de custos e planejamentos operacionais com relação às obras de transposição do Rio São Francisco.
O resultado desss reuniões (que serão quatro, uma em cada estado) irá gerar um documento a ser enviado a Brasília e discutido junto ao Ministério da Integração concernente a questões de gestão das águas do Rio São Francisco após o fim das obras de transposição.
Políticos tentam interferir para acelerar e buscam alternativas
Os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB) e José Maranhão (PMDB) se uniram para conseguir R$ 13 milhões em recursos para a construção de adutoras no Sertão da Paraíba.
O deputado federal Rômulo Gouveia (PSD) participou do encontro da Frente Parlamentar da Agricultura com o presidente interino Michel Temer (PMDB), nessa terça-feira (12), em Brasília, onde discutiu as questões hídricas da região de Campina Grande, ressaltando ao presidente a importância da aceleração da conclusão da transposição do Rio São Francisco para o desenvolvimento da agricultura.
O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) esteve reunido nessa quarta-feira (13) com representantes da Casa Civil do presidente interino Michel Temer e do Ministério da Integração Nacional.
Na Casa Civil, o parlamentar fez um alerta para a possibilidade de 1 milhão de habitantes da região de Campina Grande ficar sem água. No Ministério da Integração Nacional, o deputado Tovar reforçou o pedido de ajuda para evitar o colapso no abastecimento de água na região de Campina Grande, além de solicitar o desassoreamento e a limpeza do açude Epitácio Pessoa (Boqueirão).
Governo anuncia mais recursos para agilizar obras
O governo federal decidiu liberar cerca de R$ 100 milhões adicionais ao mês para as construtoras responsáveis pelas obras da transposição do Rio São Francisco, de acordo com publicação feita pela Folha de São Paulo na terça-feira (12).
Foto: Boqueirão tem pior nível da história
Créditos: Reprodução/TV Correio
Situação dos açudes é crítica
De acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), dos 126 açudes monitorados, 52 estão com menos de 5% da capacidade máxima. Outros 33 estão com menos de 20% do volume total, 38 têm mais de 20% e três estão sangrando.
O açude de Boqueirão, na região de Campina Grande, que é a segunda maior cidade da Paraíba, tem 8,4% da capacidade, o que é o volume mais crítico em toda a história.
Portal Correio
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