segunda-feira, 18 de julho de 2016

Mãe isenta a filha de culpa em homicídio do outro filho em padaria de JP; veja


Maria Celeste do Nascimento é acusada de matar o irmão, Marcos Antônio Nascimento Filho, em uma padaria na Capital.

O fato policial que chocou a Paraíba no mês de junho foi um dos principais destaques do programa Fantástico, da Rede Globo, na noite deste domingo (17). Trata-se do homicídio do estudante de medicina veterinária Marcos Antônio Nascimento Filho, 28, ocorrido em uma padaria da família localizada no Jardim Luna, em João Pessoa. A suspeita de ser a mandante, segundo a Polícia, é a irmã dele, Maria Celeste do Nascimento, 26.

Mas, a acusação de envolvimento da filha não é aceita pela mãe dos dois, Maria Caroline Dantas de Medeiros. Para ela, o assassinato do filho foi planejado, mas não por Maria Celeste. "Eu acredito que foi premeditado, mas ela não tem nada a ver com isso não", diz em depoimento ao Fantástico.

O advogado José de Moura Júnior sustenta que Maria Celeste é inocente e questiona o cerceamento de defesa por ausência de depoimentos de familiares. "O principal questionamento que a defesa faz é a falta de oportunidade que foi dada a família de relatar, de esmiuçar sobre quem é Maria Celeste, sobre qual é a personalidade, o histórico dela", afirma.

Apesar das declarações, para a Polícia Civil não restam dúvidas sobre a participação direta de Maria Celeste na execução do irmão. "Nós estamos com a nossa convicção formada de que foi um plano ardiloso de Celeste para matar o seu próprio irmão", diz o delegado Aldrovilli Grisi Dantas.

"Ela é uma pessoa de uma maldade num grau acima do normal", relata a delegada Júlia Walesca. A policial cita a participação de Maria Celeste, ao lado da mãe, de uma homenagem a Marcos Antônio em uma academia onde ele praticava Jiu-Jitsu. "Celeste ficou extremamente fria. Ela permaneceu a todo tempo sem reação alguma, nem nervosismo, nem emoção", frisou.

Assista o vídeo aqui:

Para ajudar na elucidação do crime, a Polícia Civil recuperou mensagens apagadas no celular de Maria Celeste, que evidenciam o crime e a contratação dos homens que participaram e executaram Marcos Antonio.

Em determinada mensagem Celeste é categórica: "é para apagar, é para matar!"

ENTENDA O CRIME

Maria Celeste foi apontada como mandante do crime e presa nessa segunda-feira (27), junto com outras cinco pessoas também envolvidas no assassinato, que aconteceu no dia 4 de junho deste ano, dentro de uma padaria, com a simulação de um latrocínio.

Durante a operação denominada Gênesis, em referência ao primeiro livro da Bíblia que relata a morte de Abel por Caim, foram presos por cumprimento de mandado de prisão Maria Celeste do Nascimento, Welida Rainara da Silva, companheira dela e cúmplice no assassinato; Severino Fernando Ferreira, que intermediou o contato de Celeste com os executores Nielson da Silva e Ricardo Fernando Ferreira, que efetuou os disparos. Outra pessoa, detida por mandado de prisão temporária, está tendo a participação investigada e seria o comprador de bens vendidos pela mandante.

Nas residências de todos ainda foram cumpridos mandados de busca e apreensão, que resultaram na localização de duas armas de fogo, entre elas aquela que a polícia acredita ter sido utilizada para o crime, um revólver calibre 38, munições, celulares e um relógio roubado da vítima. O material será encaminhado para exames no Instituto de Polícia Científica (IPC).

De acordo com as investigações, a motivação do crime está ligada ao fato de que Maria Celeste tinha como objetivo obter todo o patrimônio da família. "A mandante do homicídio, após a morte do pai, começou a dilapidar o patrimônio da família e esse comportamento não era aceito pelo seu irmão, Marcos Antônio. Ela vendeu duas casas em Bayeux, vendeu um automóvel do irmão, e ainda falsificou uma procuração com o nome dele, para vender um imóvel que era dele por herança. Quebramos o sigilo telefônico de Celeste e tivemos acesso a mensagens trocadas pelos dois irmãos, nas quais a vítima fazia cobranças, acerca da venda da casa dele e do automóvel. Ele não aceitava a conduta da irmã e passou a ser visto como um obstáculo", explicou a delegada Júlia Magalhães, titular da unidade especializada.

A autoridade policial ainda acrescentou que Maria Celeste dopava a mãe, que tem a saúde debilitada, para realizar os gastos sem que ela percebesse.

O delegado Aldrovilli Grisi, titular do inquérito, destacou o trabalho da perícia e do isolamento de local de crime, que contribuíram para a descaracterização do latrocínio e confirmação do homicídio. "As imagens do circuito de câmeras da padaria mostram que no momento em que Maria Celeste saiu do estabelecimento, levando todo o dinheiro do caixa, dois homens entram e anunciam o suposto assalto. Eles não saem de perto do Marcos. Um deles se dirige ao caixa e pega poucas moedas e o outro atira na lixeira, tentando intimidar a vítima. Depois, pedem para Marcos se ajoelhar e atiram na cabeça dele, fugindo com sua moto, que foi abandonada na BR. Todo o procedimento foi feito no intuito de simular um assalto, mas a perícia mostrou que o crime tinha características de execução", frisou.

Com acesso às imagens, a Polícia solicitou a quebra do sigilo telefônico de Maria Celeste e teve acesso ao 'ICloud' do telefone celular, onde as conversas entre os irmãos eram armazenadas. "Em uma dessas conversas, Marcos chegou a ver a irmã articulando um assalto contra pessoa para a qual ela venderia os bens, um empresário. Também questionava a venda da casa e do automóvel", explicou Grisi, acrescentando que somente essa transação havia rendido a mandante do homicídio mais de R$ 1 milhão.

A polícia também destacou que durante as investigações Maria Celeste foi várias vezes à Central de Polícia e em duas delas cobrou a liberação da moto que havia sido recuperada no dia do crime, visto que havia prometido o referido bem a Nielson, Severino e Ricardo como pagamento do assassinato.
 

WSCOM


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