sábado, 18 de junho de 2016

EXEMPLO: Vereadores de cidade do sertão da PB vão ganhar um salário mínimo

Nesses tempos de corrupção e safadeza causa espanto o que foi decidido pelos vereadores de Água Branca, cidade sertaneja que faz fronteira com Princesa Isabel.

Os vereadores ganharão a partir de agora o salário mínimo e o presidente da Câmara, por conta da representação do cargo, terá subsídios de dois salários, mínimos também.

Governada por um prefeito que faz da gestão um exemplo de dignidade, probidade e capacidade, Água Branca agora dá exemplo ao Brasil, um exemplo que, tenho certeza, dificilmente será seguido ou copiado pelos espertalhões que fazem da política um meio de ficar mais ricos.

Tomara que essa medida não seja motivada pela proximidade da eleição.

Fonte: Tião Lucena

A Microsoft entrou no negócio da maconha, com um tipo de GPS da erva

Nos EUA, há uma onda crescente de surgimento de startups ligadas ao negócio da maconha. Existem aquelas que oferecem a droga, de várias formas (bebida, fumo etc.), em máquinas similares às de refrigerantes. Outras, focam no e-commerce. E por aí vai. Entretanto, até agora apenas pequenas empresas estavam ligadas ao ramo. Isso até esta semana: a Microsoft, em parceria com uma startup conterrânea, desenvolveu um software que ajuda governos a acompanhar o ciclo (legalizado) de produção da erva nos EUA.

Esqueça o lado ativista da coisa. É simples o motivo de uma gigante da era digital, uma das maiores companhias do planeta, ter ingressado no ramo: grana. No ano passado, a comercialização legalizada de maconha nos Estados Unidos movimentou 4,8 bilhões de dólares. Em 2016, espera-se que sejam 6,5 bilhões. Até 2020, o salto será bem maior: 25 bilhões.

Hoje, 25 estados americanos já legalizaram a venda. Isso apesar de o governo federal não ter feito o mesmo. Essa disparidade entre os estados e a federação acaba por criar alguns conflitos. Por exemplo: o que ocorre se a erva vem de uma plantação em uma estado onde é permitido e é transportada para outro, onde também é legal, mas, para tal, precisa passar por fronteiras de áreas onde é ilegal? Complicado, não?

É justamente para resolver esse embrulho que a Microsoft criou seu software da maconha. Em um programa da marca, apoiado em recursos de big data e de computação em nuvem (duas das novidades tecnológicas mais badaladas, ambas ligadas à popularização da internet), é possível acompanhar o trajeto da erva, da produção à comercialização. A ideia é auxiliar governos a fiscalizar o negócio.

Não é à toa que as primeiras empresas a entrar nesse ramo vêm da indústria digital. Além da Microsoft, há uma penca de startups ligadas a essa nascente indústria, em especial no Vale do Silício e no estado de Washington – sede da Microsoft e onde a venda recreativa é liberada. Tradicionalmente, o setor da inovação está à frente no quesito "pensar fora da caixinha". Claro, também pesa o fato de ser comum o uso de drogas, em especial da maconha, por donos e funcionários de icônicas empresas digitais (vide esse vídeo, abaixo, de quando o rapper Snoop Dogg fumou a erva na sede do Twitter, a rede social do passarinho azul; e apurei que funcionários também participaram da "roda" do músico).

Em uma conversa que tive com Dick Costolo, à época CEO do Twitter, ele se mostrou irritado com o caso do Snoop Dogg mandando ver em sua empresa – e, inclusive, fazendo apologia ao uso. Contudo, isso só porque se tratava de um ambiente de trabalho, segundo ele, "não adequado para essa atitude". Costolo nada tinha contra seus funcionários consumirem o alucinógeno durante momentos de lazer, fora do escritório.

Um executivo de alto-calibre do Vale do Silício pensar dessa forma exibe como está cada vez mais ampla a recepção da maconha nos EUA. Neste ano, aliás, a Califórnia (na qual a venda da versão medicinal já é liberada; e onde se encontra o Vale), assim como outros quatro estados americanos, irão decidir se legalizam a droga de vez, para fins recreativos.

Convenhamos, concorde ou não com o consumo da erva, se ela já se prova tão presente na vida americana, é melhor que seja controlada pelo governo e comercializada por grandes empresas (gerando empregos legalizados), do que permanecer na mão de cartéis e violentos traficantes de drogas.

Fonte: Com informações da Veja

Novo estudo mostra que perdoar faz (muito) bem à saúde

Estudo publicado recentemente no periódico científico Psychology Journal of Health mostra que pessoas com mais facilidade para perdoar a si mesmas e aos outros estão mais protegidas dos males do stress.

De acordo com informações da revistaamericana Time, pesquisadores da Luther College e da Universidade da California, ambas nos Estados Unidos, pediram que 148 jovens adultos preenchessem questionários que avaliaram níveis de stress durante a vida, a tendência para perdoar e a saúde física e mental.

Os pesquisadores identificaram que, apesar do nível de stress pelo qual passaram, entre os indulgentes os problemas físicos e mentais decorrentes da vida estressante desapareciam. Exatamente. Desapareciam.

"O ato de perdoar funciona como uma espécie de amortecedor contra o estresse. Se você não tem tendência para perdoar, sente os efeitos brutos do stress de forma absoluta ", disse Loren Toussaint, professor de psicologia na Luther College e principal autor do estudo.

Embora não possam afirmar categoricamente de que forma a indulgência protege a saúde contra os males do stress, os pesquisadores acreditam que pessoas mais tolerantes tenham mais habilidade para lidar com as adversidades da vida ou ainda podem ter uma reação mais suave em situações estressantes.

Toussaint acredita que todas as pessoas podem aprender a perdoar. Segundo ele, a prática é comumente trabalhada em sessões de terapia. "O perdão elimina a conexão entre estresse e doença mental. Eu acho que a maioria das pessoas quer se sentir bem e o perdão lhes oferece essa oportunidade.", conclui.

Fonte: Com informações da Veja

Festa privê: Miss faz sexo durante reality show e perde a coroa

Teve erro no anúncio? Sheislane Hayalla roubou a coroa? Nada disso! Zara Holland perdeu o posto de Miss Grã-Bretanha após fazer sexo no reality show'Love Island', exibido pela emissora ITV2.

No programa, o público votou e deu umafestinha privê para Zara, e ela pôde escolher uma companhia para curtir junto. Entre os participantes Alex e James, ela escolheu Alex e, durante a noite, o clima entre os dois esquentou. A cena picante foi ao ar e a organização do Miss Grã-Bretanha descoroou a loira.

"Após os recentes acontecimentos no 'Love Island', é com grande pesar que nós, a organização do Miss Grã-Bretanha, anunciamos que Zara Holland foi formalmente destituída do título. A resposta que recebemos do público não nos possibilita promover Zara como um modelo positivo. Entendemos que todos cometem erros, mas Zara, como uma embaixadora do Miss Grã-Bretanha, simplesmente não arcou com a responsabilidade exigida para o título", comunicou a nota oficial da instituição.

Fonte: Com informações do Vírgula/UOL

Sindicalista diz que barragens de Camalaú e Monteiro não podem receber transposição

Na última semana, parlamentares em viagem a Brasília com o prefeito Romero Rodrigues trouxeram más notícias da Agência Nacional de Águas (ANA).

O vereador Alexandre do Sindicato (PHS) tinha informado em primeira mão que as águas da transposição do Rio São Francisco podem não desembocar no Açude Epitácio Pessoa em dezembro deste ano. O motivo seria porque a barragem de Camalaú não poderá suportar a vazão d'água.

O presidente do Stiupb, Wilton Maia Velez, revelou que além de problemas estruturais na barragem de Camalaú existem problemas na barragem de Poções, em Monteiro.

– O problema não é só em Camalaú, existem problemas em Poções também. O Tribunal de Contas do Estado apresentou um relatório por meio dos seus agentes. O grande problema em Camalaú é que a barragem não suportaria o peso da carga em o açude tendo que estar cheio. Qual seria a saída? Ou reforçaria o barramento do açude ou faria um projeto hidráulico para que o açude tenha uma recarga e quando chegar ao limite adequado, para que não chegue a transbordar ou mesmo transbordando, não invada a cidade. Existiria um bombeamento para que a água fosse bombeada para o leito do rio sem que oferecesse qualquer perigo para a cidade. Tanto no Açude de Camalaú como o Açude de Poções é necessário fazer um projeto hidráulico – disse.

Wilton disse que desde março deste ano o Ministério Público Federal, o Tribunal de Contas do Estado, governo do Estado e Aesa têm conhecimento do problema.

– Me causa estranheza essas autoridades fazerem de conta que não sabem do problema. O fato é que tem que ter atitude. Digamos que a água chegue agora no final de 2016 e começo de 2017. Vamos esperar acontecer uma tragédia? Não! Tem que projetar, tem que fazer licitação e tem que colocar esse projeto hidráulico que é um projeto simples tanto no Açude de Poções, em Monteiro, como o Açude de Camalaú – falou.

O sindicalista revela que a única obra feita na Paraíba é o canal Acauã-Araçagi. Se não for tomada nenhuma providência, a água que desembocar no Açude de Poções e Camalaú pode causar sérios problemas.

– Não quero dizer que pode causar tragédias, mas se não tomar atitudes mais sérias pode ser que aconteça nesses municípios, principalmente em Camalaú e Monteiro, algo que aconteceu em Camará – alertou.

Paraiba Online

Governo Federal libera quase R$ 1 milhão para Livramento e outras 4 cidades

O Governo Federal, através dos ministérios da Saúde, Cidades e Turismo, liberou, nos últimos dias R$ 865,701.51 em emendas do deputado federal e pré-candidato a prefeito de João Pessoa, Manoel Junior (PMDB), para realização de obras e ações em cinco municípios paraibanos, entre eles a Capital, beneficiada com R$ 406.520,00 destinados ao hospital Napoleão Laureano para aquisição de equipamentos médicos hospitalares .

Além de João Pessoa, as emendas do deputado liberadas contemplam as cidades de Alagoa Grande, que receberá R$ 243.750,00 para construção da ponte sobre o canal da lagoa do Paó; Aroeiras, beneficiada com  R$ 56.072,50 para pavimentar ruas projetada e trecho da rua principal, no Pedro Velho; Livramento, com emenda de R$ 110.609,00 para obras de infraestrutura urbana; e Pilar, com a liberação de R$ 48.750,00 para adquirir material médico hospitalar.

Após a liberação de suas emendas, Manoel Junior "ressaltou que trabalha incansavelmente para a viabilização desses recursos para o Estado, pois conhece as necessidades de cada município e dedica todos os esforços no sentido de melhorar a qualidade de vida da população da Paraíba".

Cristiano Teixeira – MaisPB

Homem é preso ao estuprar garota de 12 anos que voltava de festa, diz PM


Caso foi registrado pela equipe de Plantão da
Polícia Civil (Foto: Cláudio Nascimento/ TV TEM)

Um homem de 30 anos foi preso suspeito de estuprar uma menina, de 12, dentro do carro dele no Bairro Santa Rita, em Tatuí (SP), na madrugada deste sábado (18). A garota foi obrigada a entrar no carro na Estrada Novo Horizonte quando voltava de uma festa junto com a irmã e uma amiga dela, ambas de 15 anos, afirma a Polícia Militar.

Ainda segundo a polícia, as três adolescentes caminhavam na estrada durante a madrugada quando o homem sozinho no veículo parou ao lado delas. O homem pediu que elas entrassem e, ao receber respostas negativas, conseguiu segurar a menina mais nova. A adolescente foi trancada no carro enquanto as duas adolescentes fugiram correndo.

A irmã da vítima ligou de celular para a polícia, que de viatura encontrou o suspeito na mesma estrada. O homem e a menina estavam juntos no carro, vestidos, mas a adolescente afirmou ter sofrido o abuso.

O homem foi preso e levado à delegacia. Já a garota foi levada ao pronto-socorro do município e na tarde deste sábado foi levada para fazer exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) em Itapetininga (SP), diz a PM. O caso é investigado pela Polícia Civil, que não passou detalhes da apuração.

Prefeitura de Monteiro abre concurso público com mais de 230 vagas

A Prefeitura Municipal de Monteiro, no Cariri paraibano, anuncia a realização de Concurso Público destinado ao provimento de 235 vagas.

Há oportunidades para candidatos com diferentes perfis, nas funções descritas de acordo com os seguintes níveis de escolaridade:

Nível Fundamental e Alfabetizado: ACS (7); Motorista Escolar (2); Motorista (4); Operador de Máquinas Pesadas (1); Operador de Máquinas Pesadas Retroescavadeira (3); Merendeira Escolar (2); Cozinheira (2); Cozinheira Plantonista (2); Auxiliar de Apoio Escolar (2); Auxiliar de Serviços Diversos Plantonista (12); Auxiliar de Serviços Gerais (2); Maqueiro (2); Porteiro (2); Agente de Manutenção (2); Almoxarife (1); e Vigia (2).
Nível Médio: Professor da Educação Fundamental I (8); Fiscal de Obras (3); Fiscal de Tributos (3); Assistente Administrativo (2); Técnico Administrativo (2); Técnico Administrativo Plantonista (11); Rádio Operador (4); Telefonista Auxiliar de Regulação Médica (4); Condutor Socorrista Plantonista (4); Agentes Municipais de Trânsito e Transporte (3); Auxiliar de Consultório Dentário (6); Técnico em Enfermagem Plantonista (13); Técnico em Enfermagem (1); Atendente de Farmácia (2); e Técnico em Radiologia Plantonista (3).

Nível Superior: Biomédico (1); Bioquímico Plantonista (2); Farmacêutico (1); Farmacêutico Plantonista (1); Fisioterapeuta (1); Médico nas especialidades de Acupunturista (1); Cardiologista (1); Dermatologista (1); Endocrinologista (1);Gastroenterologista (1); Neurologista (1); Oftalmologista (1); Otorrinolaringologista (1); Pediatra (1); Pediatra Plantonista (8); Pediatra (1); Pneumologista (1); Psiquiatra (3); Radiologista (1); Reumatologista (1); Urologista (1); Ultrassonografista (1); Médico-veterinário (1); Médico (3); Generalista Plantonista (10); Clínico Geral Plantonista (8); Nutricionista (1); Enfermeiro (1); Enfermeiro Plantonista (22); Odontólogo (2); Odontólogo endodontista (1); Terapeuta Ocupacional (2); Assistente Social Plantonista (2); Assistente Social (1); Psicólogo (4); Assistente Jurídico (1); Psicopedagogo Educacional (1); Supervisor Educacional (6); Professor de Educação Física (4); e das disciplinas de Geografia (1); Língua Portuguesa (1); Ciências (1); Espanhol (1); e da Educação Infantil (12).

Dentro do total, há vagas reservadas para pessoas com deficiência.

Os salários podem ser pagos por plantões ou horas semanais, e variam de R$ 34,50 (plantão) até R$ 2.301,34 mensais.

As inscrições são recebidas de 26 de junho de 2016 ao dia 4 de agosto de 2016, pelo site da empresa organizadora, www.conpass.com.br. Lembre-se que seu pedido de participação só será efetivado mediante o pagamento da taxa de inscrição, via boleto bancário.

A classificação dos inscritos ocorre por meio de Prova Escrita, prevista para ser aplicada em 18 de setembro de 2016, além de Provas de Títulos e Prática.

Este certame será válido por dois anos, e pode ser prorrogado por igual período. Para mais detalhes, acesse o edital completo disponibilizado em nosso site.

Cariri Ligado

Governo cede e confirma parcela antecipada do 13º salário para aposentados

A pressão dos aposentados do INSS para receber a primeira parte do 13º salário antecipadamente surtiu efeito. O governo informou nesta quinta-feira (17) que irá manter o cronograma de pagamento em duas parcelas. De acordo com o presidente da Confederação Brasileira de Aposentados (Cobap), Warley Martins, o decreto autorizando o crédito antecipado já teria sido encaminhado à Presidência da República. Segundo o dirigente, faltaria o presidente interino Michel Temer (PMDB) assinar a medida para publicação no Diário Oficial da União.

O Ministério da Fazenda confirmou que o pagamento será antecipado este ano. Mas não informou em qual folha a primeira parte virá creditada. Em nota, a pasta limitou-se a divulgar "que não houve mudança no cronograma do pagamento do 13º dos aposentadosem duas parcelas". Conforme Warley Martins, a expectativa é de que o crédito do saláriobônus ocorra juntamente com a folha de agosto, entre os cinco últimos dias úteis daquele mês e os primeiros cinco dias úteis de setembro.

"Estivemos reunidos hoje (quinta) com representantes da Fazenda e da Secretaria de Previdência, entre eles o (Benedito) Brunca (secretário de Políticas da Previdência). E garantiram que o decreto está pronto e aguarda a assinatura do presidente Temer. Nos falaram que está nas mãos dele", afirmou Martins, que participou nesta quinta, em Brasilia, de ato nos prédios da Fazenda e do antigo Ministério da Previdência com representantes da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

Pressão era grande

O governo Temer enfrentava fortes resistências dos aposentados com a possibilidade de não haver a antecipação este ano. A própria Cobap ameaçou organizar protestos e ocupar agências do INSS em todo o país para pressionar. Dirigentes da entidade entregaram no começo deste mês um documento, durante reunião do Conselho Nacional da Previdência, cobrando posição sobre a antecipação do abono natalino.

O sindicato nacional da categoria, da Força Sindical, também pressionou o governo e o presidente licenciado, João Batista Inocentini, revelou que entraria com ação no Supremo Tribunal Federal para garantir o crédito na folha de agosto, caso a resposta fosse negativa. Na segunda-feira, ele esteve com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o questionou em relação à antecipação.


Desde 2006, os mais de 30 milhões de aposentados, pensionistas e segurados do INSS recebem a primeira parte do 13º antecipadamente. A medida foi adotada após acordo entre o então presidente Lula e representantes dos segurados. O depósito da metade do abono passou a ser feito com a folha de agosto, com o crédito começo de setembro.

Manifestantes invadem prédio da Fazenda pela volta da Previdência

Manifestantes ligados à Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e à Cobap invadiram nesta quinta-feira pela manhã os prédios do Ministério da Fazenda e do extinto Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

A entidade explicou que as reivindicações são para a volta dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e da Previdência Social, incorporados por outras pastas no governo do presidente interino, Michel Temer. A Contag também é contra a reforma da Previdência Social e exige a manutenção do Programa Habitação Rural, que estaria em risco, segundo a entidade.

A manifestação começou por volta das 5h da manhã. A entidade informou que 10 mil manifestantes participaram do ato. A PM do Distrito Federal divulgou que foram pouco mais de duas mil pessoas.

Ig


Grupo instala outdoor em JP em protesto contra violência e convoca população a divulgar ação


Outdoor foi instalado na Praça da Paz, nos Bancários

Em protesto contra a violência que atinge a Paraíba, o grupo 'Fui Assaltado JP', mobilizado através das redes sociais, colocou, nessa quinta-feira (16) um outdoor tratando sobre o tema na Praça da Paz do bairro dos Bancários, na Zona Sul de João Pessoa. A partir da ação de manifesto, os organizadores convocam os membros do grupo e a população para que participem da campanha de divulgação da mobilização na internet.

"Pedimos agora a todos os membros que transitam pelo local que participem da campanha e tirem uma foto junto ao outdoor e postem em suas redes sociais. Segurança é direito nosso, não vamos parar até que ele seja respeitado. ‪#‎JuntosSomosMais‬", disse Déborah Suelda uma das responsáveis pela ação, em publicação direcionada aos participantes do grupo, informando que a iniciativa segue o exemplo de outros estados do Brasil.

Em contato com a redação do Portal Correio, Déborah disse que "a ideia foi totalmente custeada pelos responsáveis pelo grupo Fui Assaltado JP e a instalação na Praça da Paz é simbólica porque foi o local onde duas mulheres foram sequestradas e uma delas morta em Pernambuco, ano passado".

Débora disse ainda que a ideia poderá ser aplicada em outros locais de João Pessoa, mas não há previsão de quando isso deverá ocorrer.

Portal Correio

PM da PB sofre três tiros e tem arma e carro roubados ao ser assaltado em Natal


Imagem ilustrativa

Um policial paraibano, que atua no Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar da Paraíba, sofreu três disparos de arma de fogo ao ser assaltado no bairro Potengi, na Zona Norte de Natal (RN). Na ação, a vítima teve uma arma e um carro roubados pelos criminosos.

Segundo informações de testemunhas repassadas à polícia, o militar foi atingido em um dos braços, no tórax e no pescoço.

Ele foi socorrido para o hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal. Em contato com a redação do Portal Correio, o setor de internação da unidade confirmou a entrada da vítima na instituição e informou que, às 22h, passava por exames de raio-x e tomografia. O estado de saúde do policial não foi divulgado.

A polícia não confirmou quantos seriam os bandidos envolvidos na ação e se já haviam sido identificados.

Portal Correio

Em um ano na prisão, herdeiro da Odebrecht passou por 'conversão'

Nas últimas semanas, para susto dos agentes da Polícia Federal, Marcelo Odebrecht começou a contar piadas na carceragem onde está preso em Curitiba (PR).

O espanto tem motivo simples: Marcelo, cuja prisão completa um ano neste domingo (19), vivia cabisbaixo e quieto. Parecia arrogante, irascível e inconformado, como se fosse vítima de erros judiciais em série.

Agora se converteu em "gente boa", como é chamado por agentes da Polícia Federal. Até assiste à TV ao lado do doleiro Alberto Youssef, dono do aparelho, já que a porta das celas na carceragem ficam abertas.

A mudança ocorreu após a maior empreiteira do país, que faturou R$ 132 bilhões em 2015, decidir fazer um acordo de delação que promete ser histórico pelas revelações.

Marcelo era inicialmente contra a colaboração, mas dobrou-se às evidências apresentadas por seu pai, Emílio Odebrecht: ou delata ou o grupo quebra. As dívidas chegam a R$ 90 bilhões. Finalmente ele topou.

Marcelo foi preso em 19 de junho, a partir de acusação que seus advogados consideravam frágil: a de pagar propina no exterior.

O próprio juiz Sergio Moro revogou esse pedido e decretou uma nova prisão quando descobriu anotações que Marcelo fizera em seu celular, nas quais havia sugestão de destruição de provas e de interferência na apuração.

TRÊS PASSOS ATRÁS

Habituado a mandar e estar à frente dos concorrentes, Marcelo experimentou na prisão a sensação de estar sempre três ou quatro passos atrás dos investigadores.

Enquanto ele negava ter usado contas no exterior para pagar suborno, procuradores já tinham provas vindas da Suíça da movimentação.

Quando seus advogados imaginavam que poderiam entregar algo grandioso para a polícia num eventual acordo de delação, como um departamento especializado em pagar suborno, a PF descobriu essa divisão em Salvador (BA) e uma testemunha-bomba: a funcionária que cuidava desse setor, Maria Lúcia Tavares, que aceitou fazer um acordo de delação. Ela conseguira escapar dos advogados da Odebrecht para se salvar da prisão.

Com a delação de Maria Lúcia os executivos e advogados na Odebrecht concluíram que não havia mais defesa possível para o grupo. Foi um baque para Marcelo. Em setembro de 2015, numa sessão da CPI da Petrobras, ele externou seu desprezo por delatores: "Quando lá em casa minhas meninas brigam, eu perguntava: ´Quem fez isso?'. Eu talvez brigasse mais com quem dedurasse".

Marcelo tinha tanta certeza de que sairia rapidamente da prisão que nem se licenciou da presidência do grupo. Despachava com advogados que iam até o presídio em Curitiba e dava ordens como se estivesse de férias. Só em dezembro abriu mão do cargo por pressão de bancos e da família. Banqueiros, afinal, não gostam de dar crédito para uma empresa cujo presidente está preso.

O executivo também exibiu o que os policiais classificam como "arrogância" ao ser interrogado por Moro sobre as anotações em seu celular.

Em vez de responder às perguntas do juiz, como faz todo réu, apresentou um texto prolixo, cheio de evasivas. A estratégia foi depois considerada desastrosa.

Depois que deixou a presidência do grupo, Marcelo substituiu a preocupação com negócios por exercícios físicos, em jornadas de até seis horas diárias. A bateria incluía duas horas de bicicleta, exercícios em barras, flexão e levantamento de peso com um galão de água que ele adaptara.

Essas jornadas só eram possíveis porque deixara a PF e fora transferido em julho de 2015 para o Complexo Médico Penal, na região metropolitana de Curitiba.
Marcelo queria voltar a presidir a Odebrecht, o quarto maior grupo privado do país, após deixar a prisão. Mas foi convencido que é uma missão impossível para quem vai confessar o pagamento de subornos em escala jamais vista no Brasil.

Uma das maiores resistências contra a sua volta partiu do próprio pai. Emílio Odebrecht tem dito a amigos e advogados ouvidos pela Folha sob condição de anonimato que foi um erro ter colocado o filho para dirigir o grupo.

Apesar de ter estudado numa escola exemplar na Suíça, a IMD (International Institute for Management Development), Marcelo é considerado pelo pai um executivo inexperiente, até ingênuo.
Um exemplo recorrente da suposta ingenuidade foi ter montado um departamento para cuidar de propina dentro da própria empresa.

Marcelo começou a virar "gente boa", como dizem os policiais, pouco meses depois de regressar para a carceragem da PF.

Ele foi trazido de volta para a sede da polícia em fevereiro, na mesma data da prisão do ex-marqueteiro do PT João Santana, como estratégia de pressão para que ele aderisse à delação premiada.

Afinal, a PF já tinha informações de que Santana recebera recursos da Odebrecht no exterior. Colocar um ao lado do outro poderia minar a resistência de Marcelo.
A estratégia com Santana não funcionou, mas há cerca de um mês foi definido que ele faria o acordo. Mesmo pagando advogados caríssimos, os tribunais já haviam dado oito decisões contrárias à revogação da prisão dele.

Marcelo está sozinho na cela de 16 metros quadrados, depois de dividi-la com um traficante de drogas.

Os outros detidos na PF são os doleiros Alberto Youssef e Nelma Kodama e o ex-deputado Pedro Corrêa, delatores ou candidatos à delação.

Marcelo continua obcecado por exercícios físicos, a ponto de usar as grades para se exercitar às 5h, antes de o sol nascer. Agora tem também outra preocupação: prepara com disciplina militar o que entrará no acordo.

Depois que o ex-presidente José Sarney comparou o conteúdo da delação da Odebrecht a uma metralhadora ponto 100, um dos participantes das negociações disse que a imagem é imprecisa: o teor se parece mais com uma bomba incendiária, que extermina tudo onde cai.

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UM ANO NA PRISÃO

Herdeiro da Odebrecht é alvo da Lava Jato

1º PEDIDO DE PRISÃO
19.jun.15
Marcelo Odebrecht é preso preventivamente pela Lava Jato. Segundo juiz Sergio Moro, há prova de pagamento de propina pela empresa

22.jun.15
Bilhete de Marcelo à sua defesa recolhido pela PF traz orientações para contestar acusações. Uma das frases, 'destruir e-mail sondas', leva à suspeita de tentativa de ocultar provas

20.jul.15
PF apresenta um relatório com anotações encontradas no celular do executivo que sugerem que ele tentou deter o avanço das investigações

1ª DENÚNCIA
24.jul.15
Lava Jato encontra contas na Suíça que ligam a Odebrecht ao pagamento de propina a ex-dirigentes da Petrobras. Marcelo é denunciado, e nova prisão preventiva é decretada

25.jul.15
Marcelo e outros executivos são transferidos para o Complexo Médico-Penal do Paraná, em Pinhais

28.jul.15
Moro acolhe a primeira denúncia contra Marcelo, no caso de contratos de R$ 12,6 bilhões em obras de refinarias no Paraná e Pernambuco, no Complexo Petroquímico do Rio (Comperj) e na sede da Petrobras em Vitória (ES)

7.ago.15
Marcelo troca sua defesa, que passa a ser feita por Nabor Bulhões

1º.set.15
Executivo depõe na CPI da Petrobras e diz não ter o que delatar

2ª DENÚNCIA
16.out.15
Marcelo é novamente denunciado sob acusação de pagar propinas no total de R$ 138 milhões em oito obras da Petrobras, como a terraplenagem das refinaria Abreu e Lima (PE) e Comperj (RJ)

19.out.15
Moro aceita a denúncia e decreta a prisão preventiva do empresário pela terceira vez

10.dez.15
Executivo formaliza seu afastamento da presidência do grupo

2.mar.16
Nas alegações finais em uma das ações penais, defesa critica teoria do 'domínio do fato', ou seja, ideia de que Marcelo Odebrecht sabia das práticas da empresa

CONDENAÇÃO
8.mar.16
Marcelo Odebrecht é condenado pelo juiz Moro a 19 anos e 4 meses de prisão

3ª DENÚNCIA
28.abr.16
Empresário é alvo de nova denúncia, relacionada às investigações sobre setor de pagamentos de propina na empresa e repasses ao marqueteiro do PT João Santana; acusação é aceita

*DELAÇÃO
25.mai.16*
Marcelo e Ministério Público assinam negociação de delação premiada e deleniência

1º.jun.16
Moro suspende por 30 dias segunda ação penal contra Marcelo Odebrecht

8.jun.16
Empresa envia comunicado aos funcionários com autocrítica sobre sua conduta

SUS deixa de tratar 40% das pessoas com câncer dentro do prazo legal

O nódulo no seio direito apareceu em um exame de rotina em janeiro. Desconfiada, Adriana (nome fictício) resolveu pagar do próprio bolso a biópsia pedida pelo médico, para acelerar seu diagnóstico.

O resultado a levou para um hospital público especializado. Estava com câncer de mama. O tumor poderia ser retirado em cirurgia, ouviu.

Cinco meses depois do diagnóstico, ela não sabe quando fará esse procedimento e descobriu um novo nódulo, embaixo do braço. "Apareceu também no seio esquerdo. Está crescendo rápido."

Apesar de existir uma lei que prevê que todos os casos de câncer tenham direito a tratamento em até 60 dias depois do diagnóstico, quatro em cada dez casos registrados em um sistema do governo federal esperam mais tempo para receber atendimento.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, dos 27.248 casos com data de tratamento registrada no Siscan (Sistema Nacional de Câncer), só 57% tiveram atendimento em até 60 dias. Outros 43% iniciaram tratamento depois desse prazo –a maioria após 90 dias ou mais.

A espera desses pacientes mostra que, três anos após entrar em vigor, a lei 12.732, sancionada em 2012 e chamada de "lei dos 60 dias", ainda não é cumprida no país.

Para oncologistas, a demora pode agravar a situação do paciente. O impacto depende do estágio e de cada tipo de câncer. Em caso de linfomas mais agressivos, a espera pode ser fatal, diz Rafael Kaliks, oncologista clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.

"Sessenta dias já não é o ideal, porque existem vários tipos de câncer. E também do ponto de vista psicológico. Imagina esperar dois meses para começar a tratar".

Ele lembra que, no Reino Unido, o limite é de 30 dias a partir do diagnóstico.

Gustavo Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, diz que a ideia de ter um limite é importante, mas faz ressalvas. "Há pacientes que podem esperar até 90 dias. Outros, nem 15. Não pode ser uma regra única."

GARGALOS

Antes de tratar, pacientes enfrentam outro gargalo: a espera por diagnóstico. "A doença não passa a existir só quando a pessoa tem o papel na mão", diz Fernandes.

"Temos pacientes esperando há mais de dois anos por exames. Isso não é contabilizado", diz o advogado Alber Sena, da Abrale (associação de linfoma e leucemia).

É o que ocorre com o auxiliar-administrativo Camilo Oliveira, 25, que mora em São Paulo. Em agosto de 2015, descobriu um nódulo na região cervical. Atendido por um clínico-geral, foi encaminhado para exames e especialistas. Em meio à dificuldade para agendar o serviço e novas consultas, ele ainda não tem uma resposta.

Para Rafael Kaliks, ao mesmo tempo em que a lei foi benéfica ao alertar para a necessidade de tratamento rápido, faltou planejamento para que o prazo pudesse, de fato, ser cumprido pelas instituições.

Segundo ele, a situação faz com que muitos hospitais optem por atender um número limitado de pacientes para continuar dentro do prazo.

"Se fecham a porta de entrada, não começa a contar o relógio de 60 dias", afirma.

Para Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, que representa pacientes, a lei foi um "grito de socorro". "O problema é que não veio com mais recursos. Tivemos a lei, mas não se parou para corrigir as barreiras."
PA
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Exame de imagem de seio, que pode detectar câncer; lei prevê começo de tratamento em até 60 dias

PACIENTES 'INVISÍVEIS'

Ao mesmo tempo em que parte dos dados do Ministério da Saúde aponta um período longo de espera até o atendimento, há casos de pacientes com câncer que ainda permanecem sem resposta ou estão "invisíveis" nas estatísticas.

Dados obtidos pela Folha a partir dos registros do Siscan (Sistema Nacional de Câncer) apontam que, além dos 27.248 casos de câncer com data de início de atendimento registrada no sistema, há outros 31.046 cadastrados, mas sem essas informações.

A ausência desses dados faz com que não seja possível saber, com isso, quantos destes casos, embora tenham sido diagnosticados, ainda esperam para o tratamento.

Ou, ainda, se há entre eles casos já em acompanhamento –mas cuja data de início da quimioterapia, radioterapia ou cirurgia deixou de ser informada pelos hospitais.

Há ainda outro impasse que permeia os registros. Estimativa do Inca (Instituto Nacional de Câncer) aponta que, apenas neste ano, o Brasil terá 596 mil novos casos de câncer. Ou seja: cerca de dez vezes o registrado no Siscan –58 mil, quando somados aqueles com data de início de tratamento e os demais sem informações.

"Há muito menos pacientes do que deveria ser registrado", afirma Gustavo Fernandes, da SBOC.
Sem os dados, não há como ter um panorama completo dos registros de câncer no país, segundo especialistas e associações de pacientes.

Segundo Ana Lúcia Gomes, coordenadora de relações institucionais da Femama (Federação de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama), a falta de informações dificulta o controle dos atendimentos.

"A criação da lei é benéfica. Mas até hoje não conseguimos saber se foi de fato implementada", diz. "Só pelas informações falhas, já sabemos que ela não funciona."

Ela cita uma pesquisa feita pela Femama em 2014 com 54 secretarias de saúde, órgãos reguladores e centros de assistência. Metade já tinha enfrentado falhas no funcionamento do sistema.

Entre os impasses alegados à época estavam a ausência de treinamento de profissionais e falta de acesso à internet nas unidades de saúde do interior do país, o que inviabilizava os registros.

Nos bastidores, técnicos do Ministério da Saúde admitem que ainda há dificuldades.

A avaliação é que, embora o número de municípios com acesso ao sistema tenha crescido (atualmente são 4.867), ainda há impasses para ele ser implementado em todos os serviços vinculados a este tipo de atendimento na rede de saúde.

OUTRO LADO

O Ministério da Saúde afirma reconhecer a importância da lei dos 60 dias e diz que tem ampliado os serviços de diagnóstico e tratamento junto aos gestores de Estados e municípios para "dar maior agilidade ao atendimento".

O ministério diz ainda que o Siscan está em fase final de implementação e que os ajustes e aprimoramentos em curso no sistema "não prejudicam o ritmo de atendimento e tratamento de câncer no SUS".

"Prova disso é que, em cinco anos, houve um aumento de 34% no número de pessoas com câncer atendidas no SUS, ampliado de 292,9 mil em 2010 para 393 mil em 2015", afirma a pasta.

Segundo o ministério, nesse período, o número de procedimentos de tratamento (radioterapia, quimioterapia e cirurgia oncológica) e de prevenção cresceu 9%.

"O Ministério da Saúde reconhece que, ainda que muitos avanços já tenham sido atingidos, há ainda muito mais a avançar tendo em vista os desafios impostos a um país com dimensões continentais, como é o caso do Brasil", afirma a nota.

A pasta acrescenta ser prioridade "o aprimoramento da gestão para a maior eficiência e qualidade do serviço".

Ainda segundo o ministério, os recursos para tratamentos oncológicos cresceram 68% entre 2010 e 2015 –de cerca de R$ 2,1 bilhões para R$ 3,5 bilhões.

Janot aponta indícios de recebimento de propina pelo ministro da Educação

O ministro da Educação, Mendonça Filho, ao lado do presidente interino, Michel Temer - Givaldo Barbosa / 18-5-2016 / Agência O Globo

BRASÍLIA — No mesmo dia em que o presidente interino, Michel Temer, reuniu-se no Palácio do Jaburu com o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), e determinou que todo o primeiro escalão do governo seja consultado para que quem tiver envolvimento com irregularidades peça para sair do governo, mais um ministro foi envolvido na Lava-Jato. Desta vez, foi Mendonça Filho (DEM-PE), da Educação. Nesta sexta-feira, após retirada de sigilo de um dos processos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), descobriu-se que, em janeiro deste ano, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de investigação para apurar se o atual ministro da Educação recebeu propina de empreiteira investigada na Operação Lava-Jato. Na época, Mendonça era deputado federal, e só assumiu o ministério em maio.

O pedido de investigação está em inquérito cujo alvo é o ex-ministro da Comunicação Social Edinho Silva. No caso de Mendonça, há suspeita em relação a uma doação eleitoral de R$ 100 mil feita pela UTC em 2014. Janot identificou que a empresa fez duas doações nesse valor, uma em 5 de agosto de 2014 e outra em 5 de setembro de 2014, ao diretório nacional do DEM.


"Além da pessoa do ministro Edson Antonio Edinho da Silva, foram encontrados indícios de possível recebimento de propina por parte do Deputado Federal José Mendonça Bezerra Filho, do DEM/PE, consistente em imagem arquivado em um dos celulares apreendidos em poder de Walmir Pinheiro, compatível com folha impressa identificando o partido Democratas e informando dados bancários de uma conta para doações de campanha eleitoral para o ano de 2014, havendo manuscrito de R$ 100.000,00 (cem mil reais) e do nome do Dep. Mendonça Filho, além de registro impresso do tesoureiro do partido, Romero Azevedo", escreveu Janot.

GEDDEL ESTARIA NA DELAÇÃO DE CLETO

Walmir Pinheiro, ex-executivo da UTC, é um dos delatores da Lava-Jato. Ele também fez acusações incriminando Edinho. Em nota, o ministro negou ter recebido doação da UTC em 2014. "O deputado foi, à época, procurado por interlocutores da UTC oferecendo doação legal no valor de R$ 100 mil. Neste contato, Mendonça Filho disse que não queria essa doação, mas se a empresa quisesse doar para o partido o fizesse. A doação foi feita ao partido de forma legal e está registrada na prestação de contas do partido de 2014, junto à Justiça Eleitoral", diz trecho da nota.

Nesta sexta-feira, no Jaburu, Temer discutiu os desdobramentos das delações que envolvem políticos. A demissão de Henrique Alves (PMDB-RN), amigo do presidente interino, do Ministério do Turismo foi o ápice para que Temer pedisse que Padilha e Jucá agissem. Segundo auxiliares presidenciais, ele quer evitar novas baixas por conta de potenciais escândalos.

Na reunião desta sexta, os peemedebistas demonstraram preocupação com a delação de Fábio Cleto, que acabou atingindo Alves e o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. Segundo um integrante do governo, há citação a Geddel Viera Lima (Secretaria de Governo).

O temor do presidente interino é que a imagem do governo seja contaminada definitivamente pela operação. O curioso é que Temer tratou da questão justamente com o ex-ministro Jucá, investigado pela Lava-Jato e afastado do Planejamento após divulgação de gravação feita por Machado, na qual propunha "estancar a sangria" da Lava-Jato. O próprio Temer foi citado na delação de Machado, que afirmou que o agora presidente interino lhe pediu uma doação para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012.

A ideia de Temer é que todos os seus principais auxiliares façam um "exame de consciência".

— A prioridade zero do presidente é impedir que a Lava-Jato chegue ao governo. Ao Palácio do Planalto, então, nem se fala. A diretriz dada na reunião foi a de quem tiver qualquer envolvimento peça para sair. Se não sair, será saído — afirmou um interlocutor do Planalto.

Durante a reunião, os ministros e Temer avaliaram que não foram só as "pedaladas" fiscais que levaram ao afastamento da presidente Dilma Rousseff mas, sobretudo, o fato de as investigações terem chegado ao Planalto, afetando os ex-ministros Edinho Silva (Comunicação Social) e Jaques Wagner (Casa Civil).

Segundo este interlocutor, o Planalto avalia que houve desgaste com a queda de três ministros em pouco mais de um mês de governo — Romero Jucá (Planejamento), Fabiano Silveira (Transparência), e Henrique Alves (Turismo) — mas que ainda é possível estancar a crise.

Nesta reunião, Temer discutiu a situação do Ministério do Turismo. Falou na possibilidade, inclusive, de extinguir a pasta. Caso resolva manter o ministério, o presidente interino quer que seja um nome reconhecido pelo setor. Mas é preciso, também, deixar a pasta como uma espécie de reserva aos peemedebistas da Câmara, caso Temer enfrente turbulências com deputados de seu partido.

Seja qual for a solução, Temer avalia que não pode passar da semana que vem, já que esta é uma área fundamental durante a Olimpíada do Rio, cuja abertura será no dia 5 de agosto.

— É muito difícil arrumar um ministro que não dê problema — reconhece um interlocutor de Temer.

Um assessor lembra que, quando montava o governo, estava previsto o fim do Ministério do Turismo, mas na época Temer precisava de um lugar para alojar Henrique Alves, seu amigo e aliado histórico.

Especialistas questionam decreto de calamidade pública no RJ


Decreto foi publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial do RJ (Foto: Reprodução/Diário Oficial do RJ)

A decisão do governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles (PP), em decretar estado de calamidade pública no estado, em razão da grave situação financeira, divide opiniões de especialistas da área tributária e constitucional ouvidos pelo G1.

"Inconstituticional", "discutível", "dramática" e "corajosa" foram algumas das expressões utilizadas nos comentários sobre decreto publicado nesta sexta-feira (17), em uma edição extra do Diário Oficial. Questionada sobre a opinião dos especialistas, a assessoria de imprensa do governo do Rio de Janeiro disse que não iria se pronunciar nesta sexta.

O professor de direito administrativo e gestão do Ibmec-RJ, Jerson Carneiro, disse que a situação é extremamente grave. Para ele, o decreto é inconstitucional e o governador poderá sofrer pedidos de impeachment por parte da Assembleia Legislativa (Alerj), além de sofrer ações de improbidade administrativa.

O professor afirmou que o governo não pode deixar de cumprir despesas obrigatórias na área da saúde e educação. "O que a gente sempre escutou é que o estado vergava, mas não quebrava. Agora, o estado quebrou".

Especialista em finanças públicas, o advogado Gladimir Chiele diz que decretar emergência ou calamidade virou recurso dos governos estaduais para "chamar a atenção, em busca de recursos do governo federal", mas tem pouco efeito prático porque não está previsto em lei.

"É uma criação que se faz, uma construção administrativa. As questões relacionadas a calamidade pública e emergência são relativas a desastres naturais, foram editadas para isso. Na prática, não existe nenhum diferencial ou adicional na nossa legislação que possa beneficiar o estado", diz.

Na opinião do presidente do Conselho Fundador da Academia Brasileira de Direito Constitucional (Abdconst), Flávio Pansieri, a constitucionalidade do decreto é discutível. Isso porque, segundo ele, se demonstrado que não há mais condições de arcar com as despesas, o governo pode contingenciar os gastos com os serviços essenciais.

"Entendo que se o fundamento é a garantia da realização de obras para a realização de jogos esportivos, que são privados e não públicos, isso não é fundamento para contingenciamento de receitas vinculadas constitucionalmente, que são saúde, educação, previdência e assistência social".

No decreto, o governador em exercício afirma que a crise impede o cumprimento das obrigações assumidas para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos no estado, autorizando as "autoridades competentes a adotar medidas excepcionais necessárias à racionalização de todos os serviços públicos essenciais".

O artigo 2º do decreto estabelece que cada autoridade competente editará atos normativos necessários à regulamentação do estado de calamidade pública.

O professor do Ibmec também afirma que houve falta de planejamento e o governo do estado contratou e fez dívidas contando apenas com o dinheiro dos royalties do petróleo, um ativo que varia de acordo com o mercado e não se pode contar. Segundo ele, a medida irá desencadear também ações na Justiça por parte do funcionalismo público. "Vamos viver uma guerra judicial", disse.

'Saia justa'
O professor de finanças públicas José Kobori afirma que o decreto do governo do Rio cria uma "saia justa" para a área econômica de Michel Temer. "Você imagine, todos os estados estão quebrados. Vão todos começar a decretar calamidade para pedir dinheiro? Se o Temer ceder, o próximo pedido é do Rio Grande do Sul, que está até pior", diz.

Segundo ele, o argumento da Olimpíada pode ajudar o Palácio Guanabara a obter recursos, mas manda um "recado ruim" às delegações internacionais que se preparam para vir ao Brasil para os Jogos. "A gente está avisando ao mundo que não está em condições de receber as pessoas. Cria um clima muito ruim, uma insegurança."

Para o presidente do Conselho Fundador da Academia Brasileira de Direito Constitucional (Abdconst), Flávio Pansieri, a constitucionalidade do decreto é discutível. Isso porque, segundo ele, se demonstrado que não há mais condições de arcar com as despesas, o governo pode contingenciar os gastos com os serviços essenciais.

Pansieri ponderou, no entanto, que a realização da Olimpíada não justifica racionalizar os serviços essenciais.

"Eu entendo que se o fundamento é a garantia da realização de obras para a realização de jogos esportivos, que são privados e não públicos, isso não é fundamento para contingenciamento de receitas vinculadas constitucionalmente, que são saúde, educação, previdência e assistência social. Ele [o governador] não pode reduzir esses gastos sob o pretexto de realizar um evento que deixa um legado discutível", disse.

Por meio de nota, o presidente da Fundação Getulio Vargas, Carlos Ivan Simonsen Leal, disse que o decreto é "uma medida exemplar e corajosa que permite trazer à tona a dificílima realidade fiscal do Rio de Janeiro. "A decisão abre espaço para a implementação, com total transparência, de medidas absolutamente necessárias e inadiáveis para a recuperação do Estado".

Em Brasília, o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas, disse que ato era esperado e que, a cada mês, o governo do estado terá de decidir quem não será pago.

"A situação do Rio é dramática. Existe uma insuficiência próxima de R$ 20 bilhões para este ano. Isso é muito em relação ao tamanho do estado. Ele [o governo] tem que escolher a quem ele vai dar calote por mês. Eu tenho batido nisso mostrando que a situação é muito dramática, e trataram como se fosse algo superficial. Não é", disse o economista.

Segundo Velloso, algumas áreas devem ser priorizadas pelo governo, como a segurança pública. No entanto, vários outros setores ficarão comprometidos.

Em São Paulo, o economista-chefe da Austin Rating, agência de classificação de risco, Alex  Agostini, disse que a situação é complicada. "O estado do Rio e seus representantes têm o compromisso legal de alocar os recursos que recebe de acordo com as obrigações da Constituição".

Ele acredita que gastos com pessoal devem ter pesado mais do que com os gastos olímpicos. "O governo declara que o que pesou foram os gastos com a Olimpíada e a Paralimpíada. Mas provavelmente não foi só isso. Outros gastos devem ter pesado, como os de pessoal. Provavelmente, o governo tomou a medida para minimizar as sanções que poderia sofrer. Mas é preciso ver se há enquadramento legal ou não. Pois, de acordo com a lei, os governantes podem sofrer sanções ou até um impeachment".

Para ele, o que causou o problema com o Rio foi ter confiado as suas finanças públicas somente no ganho dos royalties do petróleo e não diversificou sua economia. "Com a Petrobras em uma situação difícil, a arrecadação com os royalties caiu em um momento grave de crise econômica e não conseguiram fazer um ajuste", disse.
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