terça-feira, 5 de abril de 2016

Antecipação de eleição presidencial ganha respaldo entre senadores


​O senador Valdir Raupp (PMDB-RO)


Um bloco de nove senadores de PSB, PPS e Rede se articula para defender a realização de novas eleições presidenciais neste ano.

Nesta quarta (4), a ideia ganhou apoio de um peemedebista, o senador Valdir Raupp (RO). "Não seria uma renúncia. Não seria um impeachment, mas, sim, antecipar as eleições presidenciais que aconteceriam agora em outubro próximo, concomitantemente com as eleições municipais", disse o senador em discurso na tribuna.

Segundo Raupp, sua proposta ainda não envolve a apresentação formal de uma emenda à Constituição. "Não é uma proposta formal. Não é uma PEC [Proposta de Emenda à Constituição] mas poderá, diante de um entendimento, futuramente, ser lançada não por mim, mas por um conjunto de senadores ou parlamentares do Senado e da Câmara", disse.

Ele afirmou que ainda não levou o tema para debate no PMDB.

Governadores foram contatados e sinalizaram apoio à estratégia de antecipar o pleito. Sua viabilidade, contudo, é colocada em dúvida, porque não vai contar, de imediato, com o apoio de lideranças do PMDB mais ligadas ao vice-presidente, Michel Temer, principal beneficiário no caso de impeachment.

Apesar da reação da presidente ao editorial da Folha, de que "jamais renunciará", assessores da petista avaliam que, caso vença a batalha do impeachment, ela deveria avaliar a hipótese de propor a convocação de eleições presidenciais neste ano.

Segundo a Folha apurou, auxiliares da petista não só defendem a ideia como estão estimulando líderes do partido e de outras siglas a encamparem a tese de nova eleição presidencial como solução para a crise política.

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a ideia. "Que eleições se vai fazer agora? Eu acho que é uma utopia. Não dá para aprovar e implementar uma emenda que cerceia direitos. Temos que parar de enganar a população lançando ideias utópicas que não vão ter resultado prático", afirmou Cunha.

Defensores da proposta argumentam que ela pode acabar se viabilizando caso se confirmem informações de que novas delações atingiriam não só a presidente Dilma, mas também o grupo de Temer e do PSDB, estimulando todos a buscar uma saída consensual para a crise.

Os senadores de PSB, PPS e Rede vão se reunir nesta terça (05) em um almoço para discutir a questão. Eles propõem a aprovação de uma emenda constitucional que viabilize a realização do pleito no segundo semestre.

Segundo um dos organizadores do bloco, há um temor entre eles de que a situação econômica e política do país se deteriore ainda mais após o processo de impeachment. Neste domingo, a Folha defendeu, em editorial, a renúncia de Dilma e Temer como solução para a crise.

A reação contrária da presidente, segundo petistas, não significa que ela seja totalmente refratária à ideia.

Hoje, disse um interlocutor de Dilma à Folha, ela já estaria propensa a debater o tema, o que não ocorreu da primeira vez que a ideia foi discutida dentro do governo, há cerca de dois meses. Oficialmente, a equipe da presidente nega que ela possa apoiar esta tese.

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